Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018


SANTA CATARINA LABOURÉ: A SANTA DO SILÊNCIO


Retrato de Santa Catarina Labouré (já idosa), com seu autógrafo.

Vale a pena fazermos algumas considerações sobre o silêncio, que tem seus aspectos positivos e negativos, embora no caso de Santa Catarina, ao conhecermos sua vida, descobriremos imediatamente que o seu silêncio era, às vezes, fruto e instrumento proteção de sua grande humildade. Nunca falou com o fim de atrair a atenção ou a admiração dos demais em razão das grandes e extraordinárias graças que recebeu do Senhor. E mais, 'nunca falava de si mesma — dirá uma das testemunhas interrogada durante o processo da causa de sua beatificação, mas permanecia silenciosa' (Sor de La Haye Saint Hilaire, 6 de julio de 1909).

Mais de uma vez Irmã Catarina respondeu com o silêncio acompanhado de um sorriso às Irmãs que se dirigiam a ela com palavras de certo desprezo. Soror Gil Moreno de Mora dirá a 5 de julho de 1909: 'Uma de suas companheiras a tratava de tonta e boba. Ela não respondia uma palavra e se contentava com sorrir'. Este silencio refletia de novo a grande humildade e caridade de nossa Irmã.

O silêncio de Santa Catarina não era indiferença, nem mutismo, nem hermetismo. Era da sua natureza serena e quiçá pouco comunicativa pelos muitos acontecimentos dolorosos que vivenciou desde sua infância; em nenhum momento utilizou o silêncio como evasão ou fuga da comunicação com as demais e menos ainda como expressão de amargura ou mal humor. Não faltou quem a acusasse de abandonar o recreio para ir à capela. As testemunhas do processo ratificam essa afirmação: 'Se dirigia regularmente para lá [capela], menos quando um ancião enfermo precisava de seus cuidados' (Vida de Catalina Labouré —Pruebas— R. Laurentin, pág. 505, n.° 1299, Sor Maurel, 21 de julio de 1909).
Primeira Aparição da Virgem Imaculada a Santa
Catarina Labouré.

O que é certo é que Catarina tinha um elevado conceito do silêncio como meio apropriado para fazer bom uso de outro dom importante que é a palavra. O silêncio permite a utilização da palavra em todo seu valor, evita seu uso inútil e, sobretudo, impede que se a utilize como arma ofensiva e destruidora contra Deus e contra o próximo.

O silêncio dispõe falar-se no tempo e de modo apropriado. O pensamento elaborado no silêncio dá densidade e valor à palavra que o expressa. Catarina conhecia bem a doutrina de seu Fundador São Vicente, sobre este ponto:

'O silêncio atrai, tanto sobre as comunidades como sobre as pessoas, abundâncias de graças e de bênçãos, posto que guardar o silêncio não é outra coisa que escutar a Deus…'. São Vicente considera que é uma grande sabedoria 'falar oportunamente, é o que fez Nosso Senhor quando aproveitou a ocasião na qual a samaritana retirava a água para falar-lhe da graça'. E exclama ainda o Santo: 'Quem nos dera ter este dom de 'falar oportunamente' (Síg. XI/4, 787).

Nossa irmã, Santa Catarina, supôs calar a tempo e falar a tempo. Tanto seu silêncio como sua palavra não pretendiam mais que o cumprimento da vontade de Deus e a caridade para com o próximo. Graças a seu silêncio, suas palavras eram mais apropriadas, mais densas de conteúdo e ofereciam mais credibilidade.

'Falava muito pouco, disse uma das testemunhas, porém, o fazia sempre muito bem. Cada palavra que dizia era oportuna (para) levar a Deus e dar ânimo' (Sor Cosnard, 9 de julio de 1909).

'Não era expansiva, falava pouco. Se lhe pedissem conselho? Dava-o, de maneira simples, em poucas palavras e sempre com muito acerto. Era o Espírito de Deus que falava por ela' (Sor Tanguy, 2 de junio de 1909).

Para Santa Catarina o silêncio é antes de tudo o ambiente onde se cultiva uma grande união com o Senhor, união que refletia em toda sua pessoa e atitudes. 'Eu estava impressionada pelo espírito de silêncio e de recolhimento de Soror Catarina — disse Soror Mauche em seu testemunho de 2 de julho de 1909 —. Sua união com Deus se refletia perfeitamente sobre seu rosto que, ao olhá-la, eu não cessava de admirá-la''.
Santa Catarina Labouré na portaria da Casa Mãe

Santa Catarina fez de sua vida eco à afirmação de São Vicente: '…o silêncio serve para falar-se com Deus: no silêncio é que Ele nos comunica suas graças' (S. V., Conf. 1 de agosto de 1655 – C. E. n.° 1344).

Assim mesmo nossa Santa fez já realidade em sua vida o que nos recomendam nossas Constituições: 'Para favorecer a intimidade de cada uma das Irmãs com Deus e despertar em todas uma indispensável recuperação interior, é necessário possuir momentos de silêncio. Clima de Deus, o silencio, aceitado de comum acordo, prepara os momentos de maior riqueza no plano espiritual' (C. 2,14). Entre esses momentos, merecem menção especial o retiro mensal e os exercícios espirituais.

Sua santidade de vida e, sobretudo, sua humildade e sua caridade extraordinárias com o próximo, especialmente com os anciãos que cuidava, só podem ter explicação em uma vida profundamente enraizada em Deus.

O silêncio predispõe facilmente à escuta. Prepara o ambiente propício não só para escutar a Deus, senão também ao irmão necessitado. Suas duas horas de conversa com Maria, na noite do dia 18 para 19 de julho, preparam-na sem dúvida para esse importante serviço de escuta. Ali aprendeu a vez e o valor do silêncio, da escuta e da palavra.
Santa Catarina rezando diante de uma
imagem da Virgem existente no pátio
entre o asilo e a Casa Mãe.

Irmã Catarina, entretanto, não vacilou ao romper o silêncio e fez uso da palavra quando a vontade de Deus e a mensagem recebida de Maria lhe exigiram. Falou e insistiu, inclusive diante das pessoas que podiam realizar o conteúdo do encargo recebido.

Como recordou Sua Santidade Pio XII na homilia da Missa de sua canonização, 'o caso de Santa Catarina não foi como o de outras místicas, como Ângela de Foligno ou Magdalena de Pazzi, que guardaram em seus corações as comunicações sobrenaturais íntimas de que foram objeto. Santa Catarina recebeu uma mensagem que havia de transmitir e cumprir: despertar o fervor esfriado nas duas Companhias do Santo da Caridade; submergir o mundo sob o dilúvio de pequenas medalhas portadoras de todas as misericórdias espirituais e corporais da Imaculada; suscitar uma Associação piedosa de Filhas de Maria para a salvaguarda e santificação das jovens' (Ecos de la Casa Madre, setembro de 1947, pág. 118).

Até o fim de sua vida padeceu o martírio de não ser atendido seu pedido de confeccionar a estátua da Virgem do globo, tão solicitada por Maria. Porém não cessou de falar até que ser atendida, mesmo reconhecendo (depois) que não correspondia à beleza que havia contemplado nas aparições.

Suas confissões lhe proporcionaram mais de um desgosto, posto que nem sempre lhe foi dado crédito e nem se respondeu a tempo ao que pedia, porém, apesar disso a Vidente, vencendo sua timidez, falou quantas vezes se fez necessário para levar adiante o encargo recebido. Ademais, não se contentou com falar a suas contemporâneas senão também, apesar de sua pouca cultura e suas deficiências de estilo e ortografia, deixar por escrito para posteridade o relato das manifestações de Maria. Nestes escritos, nem palavras inúteis, nem preocupações de estilo, nem complexos por não saber expressar-se corretamente. Não buscou enaltecer a si mesma, nem a glória humana que pudesse advir dos privilégios de que foi objeto; só a movia a missão confiada pela Mãe de Deus.
Santa Catarina, a primeira propagadora da
Medalha Milagrosa

Em nossa Irmã, o silêncio e a palavra bem compreendidos e utilizados se enriqueciam mutuamente. O silêncio engrandece a palavra e a palavra apropriada, empregada em seu devido tempo, justifica e dá valor ao silêncio em cujo seio foi gerada. Nem o silêncio teria tido tanto sentido se não tivesse servido como laboratório da palavra, nem esta teria sido tão significativa e densa de conteúdo se não tivesse sido elaborada no silêncio, engendrada nele.

Em Santa Catarina, tanto seu silêncio como suas palavras, falam, criam interrogações, transmitem mensagens. Tanto mais porque encontram respaldo em sua compostura externa e seu comportamento.

Assim mesmo nossa Irmã pôs ao serviço da caridade com o próximo tanto o seu silencio como suas palavras. Os anciãos a ela confiados, nos quais descobria Deus, encontravam em Soror Catarina compreensão, atenção e perdão. Seu comportamento com os que abusavam da bebida era considerado demasiado 'indulgente'. Uma de suas companheiras de Comunidade, Soror Charvier, como tantas outras testemunhas do processo de beatificação, disse: 'Indulgente com seus anciãos, repreendia-os quando algum deles voltava bebido à casa. Nós lhe dizíamos: ''Por que não lhe repreende com mais rigor?'' Ela respondia: ''não lhe posso repreender com mais vigor. Vejo nele Nosso Senhor''. Eram descartadas palavras de acusação ou expressões de impaciência e crítica.

O silêncio era também para Irmã Catarina um meio de defesa contra a utilização indevida do dom da palavra, seja transformando-a em discurso superficial e inútil que, de certa maneira, é uma profanação deste maravilhoso instrumento de comunicação, seja empregando-a como arma ofensiva que fere diretamente o próximo, por meio de críticas ao seu comportamento. A heroicidade de suas virtudes demonstram que nossa Santa foi fiel às orientações recebidas de nossos Fundadores com relação à caridade fraterna, que facilmente se rompe com a palavra mal utilizada:
Antigo postal francês de Santa Catarina
Labouré

'Guardem-se bem em suas conversações de se ocupar dos defeitos do próximo, e muito menos os de suas Irmãs… e como o silêncio é o meio mais eficaz para evitar não só uma multidão de faltas contra a caridade que se cometem com a língua, como também outros muitos pecados que resultam do muito falar, segundo o testemunho da Sagrada Escritura, que propõe um especial cuidado em observá-lo' (Reglas Comunes, cap. VI, artículos 3.° y 4.°).

Não é difícil imaginar que Santa Catarina encontrou também no silêncio e no recolhimento que lhe era permitido, o espaço adequado para o encontro consigo mesma e para a reflexão, necessária a todo ser humano.

Num mundo onde há tanto barulho e dispersão, faltam esses espaços de reflexão, corremos o risco de caminhar embalados pelo que nos rodeia e arrasta, sem clara consciência para onde vamos e quais são as influências de tudo isso sobre nossa pessoa e comportamento, inclusive sobre nossa liberdade. Sob tais condições, caímos na maior das escravidões, porque nem a inteligência nem a vontade exercem todas as suas capacidades. Aceitamos como bom o que o sistema e a moda reinantes nos oferecem, sem arranjar tempo, nem procurarmos o espaço apropriado ao silêncio e à reflexão necessária para — à luz dos critérios evangélicos, dos ensinamentos da Igreja e dos compromissos próprios de um membro da Companhia — fazer um exame sério de tudo quanto nos acontece.

A Maria Imaculada 'totalmente aberta ao Espírito… exemplo perfeito dos que escutam a Palavra e a guardam' (C. 1,12), confiemos nosso desejo de continuar, com fidelidade renovada, a Missão de Cristo entre nossos irmãos necessitados.

Santa Catarina Labouré deixou este mundo e partiu para o céu no dia 31 de Dezembro de 1876, por volta das 19 horas, após receber os últimos sacramentos com uma felicidade e serenidade impossíveis de se descrever, e a seu pedido, as irmãs Filhas da Caridade que a cercavam, rezavam a Nossa Senhora a invocação que ela própria repetia muitas vezes:

Terror dos demônios, rogai por nós! …



USE A MEDALHA MILAGROSA



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FONTE: excertos do artigo publicado, com o mesmo título, no periódico “Ecos de la Compañía”, da autoria da Irmã Juana Ezlizondo, Filha da Caridade, ano/1997, capturado em http://vincentians.com/es/santa-catalina-laboure-la-santa-del-silencio-2/ – Tradução e adaptação para o português do Brasil são nossos, assim como alguns destaques.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018


MEMÓRIA MENSAL DE REVELAÇÃO DA MEDALHA MILAGROSA


A MEDALHA MILAGROSA DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS


A Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças, cuja festa é comemorada no dia 27 do mês de Novembro1, é um poderoso recurso oferecido pela Mãe de Deus aos homens, especialmente adequado a épocas de crise como a atual.

Essa medalha é milagrosa mesmo!” Eis a afirmação textual de uma senhora cearense, cujo filho era alcoólatra e se embriagava continuamente. Aflita, ela resolveu apelar para Aquela que é Mãe de todo o gênero humano, que é Mãe dos filhos como também das mães.

Sabendo dos grandes prodígios e graças alcançados pela Medalha Milagrosa, deu uma ao filho, pedindo-lhe que a levasse sempre na carteira. O rapaz obedeceu e, para surpresa de todos, deixou imediatamente de beber, regenerando-se por inteiro do vício.

O relato emocionante nos foi enviado por um conhecido da família.

* * *
Foi em 1830 que Nossa Senhora apareceu, em Paris, a Santa Catarina Labouré, então jovem religiosa, e lhe ensinou a devoção da Medalha Milagrosa[1].
fazei cunhar uma medalha com este modelo. todas as pessoas que a usarem receberão grandes graças, trazendo-a ao pescoço. as graças serão abundantes para as pessoas que a usarem com confiança” — prometeu a Santíssima Virgem.
A promessa efetivamente se cumpriu.
Quando iam ser cunhadas as primeiras medalhas, uma terrível epidemia de cólera, proveniente da Europa oriental, atingia Paris.
O flagelo se manifestou a 26 de março de 1832 e se estendeu até meados do ano. A 1º de abril, faleceram 79 pessoas; no dia 2, 168; no dia seguinte, 216, e assim foram aumentando os óbitos, até atingirem 861 no dia 9. No total, faleceram 18.400 pessoas, oficialmente; na realidade, esse número foi maior, dado que as estatísticas oficiais e a imprensa diminuíram os números para evitar a intensificação do pânico popular.
No dia 30 de junho, foram entregues as primeiras 1500 medalhas que haviam sido encomendadas à Casa Vachette, e as religiosas Filhas da Caridade começaram a distribuí-las entre os flagelados. Na mesma hora refluiu a peste e começaram, em série, os prodígios que em poucos anos tornariam a Medalha Milagrosa mundialmente célebre.
O Arcebispo de Paris, que autorizara a cunhagem da Medalha e recebera logo algumas das primeiras, alcançou imediatamente uma graça extraordinária por meio delas, e passou a ser propagandista entusiasta e protetor da nova devoção. Também o Papa Gregório XVI recebeu um lote de medalhas, e passou a distribuí-las a pessoas que o visitavam.
Até 1836, mais de 15 milhões de medalhas tinham sido cunhadas e distribuídas, no mundo inteiro. Em 1842, essa cifra atingia a casa dos 100 milhões. Dos mais remotos países chegavam relatos de graças extraordinárias alcançadas por meio da medalha: curas, conversões, proteção contra perigos iminentes etc.
PRODIGIOSA CONVERSÃO
Mas, em janeiro de 1842, a conversão espetacular do judeu Afonso Ratisbonne — que apresenta notável analogia com a conversão do Apóstolo São Paulo na estrada de Damasco — chamaria ainda mais as atenções sobre a Medalha Milagrosa. Ratisbonne, jovem banqueiro de Estrasburgo, cheio de preconceitos e antipatias contra a Igreja Católica, estava viajando por Roma quando aceitou, meio a contragosto, uma Medalha Milagrosa que lhe ofereceu um nobre francês. Poucos dias depois, inesperada e milagrosamente, a Virgem lhe apareceu na Igreja de Sant’Andrea delle Fratte, e em poucos segundos o antigo inimigo da Igreja transformou-se no apóstolo ardoroso que viria a fundar, juntamente com seu irmão Padre Teodoro Ratisbonne, a Congregação dos Missionários de Nossa Senhora de Sion, dedicada à conversão dos judeus.
Aparição da Virgem Imaculada a Afonso
Rastibonne
Em 1876, ano da morte de Santa Catarina Labouré, mais de um bilhão de Medalhas Milagrosas já espalhavam graças pelo mundo.
Em 1894, a Santa Igreja instituiu a festa litúrgica de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, a ser celebrada no dia 27 de novembro.
Em 1980, quando se comemoravam 150 anos da revelação da Medalha Milagrosa, o próprio João Paulo II, compareceu como peregrino ao local das aparições.

LA SALETTE, LOURDES, FÁTIMA
Para os devotos e propagandistas de Fátima, a Medalha Milagrosa tem um significado muito especial.
As aparições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, em 1830, marcaram o início de um ciclo de grandes revelações mariais. Esse ciclo prosseguiu em La Salette (1846), em Lourdes (1858) e culminou em Fátima (1917).
Desde 1830 Nossa Senhora se manifesta deplorando os pecados do mundo, oferecendo perdão e misericórdia à humanidade pecadora e prevendo severos castigos caso ela não se convertesse. Mas também anunciando que, após esses castigos, viria um triunfo esplendoroso do Bem.
Em novembro de 1876, um mês antes de sua morte, Santa Catarina Labouré afirmou: “Virão grandes catástrofes…. o sangue jorrará nas ruas. Por um momento, crer-se-á tudo perdido. Mas tudo será ganho. A Santíssima Virgem é quem nos salvará. Sim, quando esta Virgem, oferecendo o mundo ao Padre Eterno, for honrada, seremos salvos e teremos a paz”.
Primeira Aparição na noite do dia 18 para o dia 19
de Julho de 1830
E em 13 de julho de 1917, Nossa Senhora prometeu formalmente em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
* * *
O leitor quer ter uma ideia da abundância e variedade dos dons concedidos por meio da Medalha Milagrosa?
Quer ter uma compreensão viva de como ela é atual nos dias difíceis que estamos vivendo?
Pois então leia os impressionantes depoimentos a seguir — todos documentados e recentes, pois se referem ao período de outubro de 1993 a novembro de 1997. São depoimentos de homens e mulheres das mais variadas regiões do Brasil, os quais alcançaram graças por meio da Medalha Milagrosa[2].
GRAÇAS EXTRAORDINÁRIAS
Não pretendemos, é claro, afirmar que todos esses impressionantes relatos sejam milagres propriamente ditos; somente a Igreja tem autoridade para declarar se um determinado fato excepcional foi realmente milagroso, e Ela só costuma fazer uma declaração dessas após minuciosas e severas investigações.

Chamemos a esses fatos, pois, simplesmente graças. São graças que fiéis narram ter alcançado, e que lemos com respeito e espírito de fé. Possam esses depoimentos nos animar a, em dificuldades semelhantes, fazermos também nós uso devoto da Medalha Milagrosa e invocarmos com confiança a proteção de Nossa Senhora das Graças.
Placas de agradecimento às graças alcançadas, na Capela
da rua du Bac, Paris

É importante notar que a Medalha Milagrosa não deve ser usada à maneira de um talismã, como se tivesse força e eficácia mágicas.

O fiel católico deve usá-la com verdadeiro espírito de fé, tendo presente que o melhor modo de alcançar graças e favores de Deus é não ofendê-Lo, cumprir seus Mandamentos, praticar a oração e frequentar os Sacramentos.

DEPOIMENTOS DE GRAÇAS ALCANÇADAS

Proteção aos enfermos

Um amigo me disse que seu pai estava desenganado pelos médicos devido a um problema no pulmão. O médico chegou a aconselhar uma reunião de todos os parentes, no quarto do hospital, para assistirem aos últimos momentos daquele senhor. Vendo o pai naquela angústia, sem poder respirar, meu amigo tirou a medalha do pescoço e colocou-a no pescoço do pai, dizendo: Papai, não se preocupe. Quem vai cuidar do senhor é Nossa Senhora. Imediatamente o pai começou a respirar normalmente e adormeceu. No dia seguinte estava curado. O médico não soube dar explicação e o pai nunca mais quis devolver a medalha”.
(J.N. – SP)
A graça de Deus esteve presente aí”
Uma amiga estava muito preocupada com a saúde de sua filha que estava esperando bebê. Ela me disse que lhe deu a Medalha Milagrosa para que a usasse, e que havia começado a novena. O problema foi se agravando, pondo em risco a vida da gestante e a do bebê que estava para nascer. Então, o médico resolveu operá-la. Nasceram gêmeos três meses antes da data prevista, sendo imediatamente batizados; e se fortalecem a cada dia que passa. Constituiu surpresa para o próprio médico, que afirmou: A graça de Deus esteve presente aí”.
(M.H.A.S. – SP)
Obtenção de emprego
Um rapaz buscava emprego há muito tempo. Embora seus esforços fossem constantes, nada conseguia. Um dia veio me visitar, e eu acabara de receber as medalhas. Coloquei uma em seu pescoço, dizendo-lhe que Nossa Senhora lhe conseguiria o emprego. Mal chegou em casa, encontrou uma carta convocando-o para um serviço público. Ele nunca mais se separou da medalha”.
(E.M.B.P. – SP)
A Medalha Milagrosa

Proteção num desastre automobilístico
Meses atrás, quando voltava de um passeio, tivemos uma forte colisão com um ônibus que, desrespeitando o sinal, havia parado no meio da avenida. Todos os que olhavam nosso carro pensavam que havíamos morrido, tal o impacto sofrido. Na realidade eu sofri apenas uma pequena pancada na cabeça, sem maiores consequências, e o nosso motorista, meros arranhões. Nós dois portávamos a Medalha Milagrosa. Na hora do impacto eu ia bater a cabeça no vidro, mas senti como se fosse uma mão ou uma asa me levando para trás”.
(C.V.I. – SP)
Foi a medalha que nos salvou”
Meu filho é engenheiro e já foi salvo pela medalha. Dei uma medalha a seu motorista e lhe expliquei a devoção. Ele, então, adquiriu mais medalhas e um livrinho explicativo que iria deixar na sala dos motoristas da empresa. Voltando a Belo Horizonte com meu filho, o carro derrapou, bateu em uma estaca e foi cair, de rodas para cima, num barranco. Logo adiante havia um precipício. Saíram rápido do carro pelas janelas, pois havia perigo de incêndio. Não sofreram nada; e o motorista, tirando a medalha do bolso, disse: “Foi ela que nos salvou!
(M.B.A. – MG)
Sobreviveu a tiroteios, granadas e emboscadas
Uma senhora portuguesa contou-me que um parente seu foi para a guerra em Angola. Antes de partir, sua mãe lhe deu a medalha, que ele pôs devotamente no pescoço. Disse que a medalha o protegeria na guerra, e que voltaria vivo à família. De fato, ele sobreviveu em meio a tiroteios, granadas e emboscadas, voltando são e salvo”.
(S.R.H.M. – SP)
Conversão de um moribundo
Um parente, depois de levar uma vida péssima, dando todo tipo de maus exemplos, foi vítima de uma doença incurável que o deixou na mais extrema desolação. Quando estava prestes a morrer, chamaram um Padre. Ele o expulsou duas vezes, pois não queria se confessar. Tentou várias vezes o suicídio, chamava o demônio e atormentava quem dele cuidava. Certo dia recebeu a visita de uma religiosa, que prendeu em seu braço uma Medalha Milagrosa. Dias depois ele mandou chamar o Padre, confessou-se, recebeu os Sacramentos. Morreu tranquilo e em paz”.
(A.F.V. – SC)
O alcoólatra parou de beber
Uma colega de trabalho contou-me que o pai dela, depois que se aposentou há dois anos, entregou-se ao vício da bebida, trazendo muitos sofrimentos para a família. Todo tipo de tratamento foi tentado em vão. Falei-lhe, então, da medalha e lhe dei uma de presente, juntamente com a novena. Oferecida ao pai, ele não se opôs, e no mesmo dia passou a usá-la ao pescoço. Desde então parou de beber e voltou a ser o homem caseiro e amigo que sempre foi”.
(J.M.R.F. – MG)
Divórcio evitado
Minha filha começou a ter problemas com o marido. Ambos brigavam muito e resolveram se divorciar. O marido voltou a morar com seus pais e minha filha ficou sozinha com o filho de 3 anos. Ao receber as Medalhas Milagrosas, coloquei-as no meu pescoço e nos das minhas filhas, e começamos a rezar a novena. Uma semana depois fui visitar minha filha. Ela me contou que depois que começou a rezar a Nossa Senhora e a usar a medalha, alguma coisa estava mudando dentro dela. Disse estar pensando o dia inteiro no marido, e que queria reatar o casamento. Hoje, minha filha e o marido estão novamente juntos. Acabaram-se as brigas e vivem felizes. Ela tem certeza de que foi a Virgem da Medalha Milagrosa quem salvou o casamento”.
(*** – MG)
Madonna del Miraculo
Ela nunca se sentiu tão bem”
Dei a medalha a uma moça e ela me disse que se sentiu tão bem, que agora reza sempre a oração e, com uma imagem de Nossa Senhora das Graças, reza o terço diário junto com outras amigas. Contou-me que o nervosismo passou, e que ela tem experimentado uma profunda paz espiritual”.
(S.R.H.M. – SP)
Sequestradores devolveram o menino
Contou-me uma senhora o seguinte fato: Há uns 15 dias um menino foi sequestrado. Ele estava sob os cuidados do avô, pois seus pais tinham viajado para os Estados Unidos. Quando os sequestradores pegaram o menino das mãos do avô, este tirou uma medalha de Nossa Senhora das Graças que tinha consigo, apertou-a na mão e se pôs a rezar. Já dentro do carro com o menino, os sequestradores não conseguiram sair. Após alguns momentos desceram do carro e devolveram o menino, dizendo que na frente do carro havia uma Senhora que não os deixava sair de jeito nenhum”.
(F.S.L. – MG)
Ela protegia as pessoas”
Estando só em minha casa, apareceu em meu quintal um homem portando um revólver, dizendo que fugia da polícia. Entrou, trancou a porta e pediu dinheiro. Dei-lhe o dinheiro e comecei a rezar jaculatórias. Disse-me que o dinheiro era pouco e começou a andar de um lado para outro como um louco, com a mão tremendo e segurando o revólver. Lembrei-me da Medalha Milagrosa e lhe ofereci, dizendo que Ela protegia as pessoas. Ele respondeu: Me dê logo essa medalha! Assim que a pegou, disse que ia embora e partiu”.
(A.M.M.M. – SP)
O movimento ocultista foi embora
Instalou-se perto de minha casa um movimento ocultista. Frequentemente eu passava por ali e quase sempre estavam as luzes acesas, havendo bastante movimento na casa. Duas vezes joguei Medalhas Milagrosas por cima do muro e comecei uma novena pedindo a Nossa Senhora que afastasse dali aquela gente. Alguns dias depois notei com alegria que não havia mais ninguém na casa, e que a placa do tal movimento havia sido retirada”.
(F.B.H. – RS)
Medalha Milagrosa afugenta macumba
Em frente à minha casa moram pessoas que fazem macumba todas as sextas-feiras. Não me conformando com isso, coloquei uma Medalha Milagrosa em cima do muro e na fresta. Algumas semanas depois a casa estava à venda”.
(R.L.C. – SP)
Proteção em vestibulares
Nosso filho havia feito, durante dois anos, vestibular para Medicina, e apesar de faltarem poucos pontos não conseguia ingressar na faculdade. Na terceira vez, inscreveu-se em quatro faculdades. Foi reprovado em duas delas. Na terceira faculdade não havia se saído bem. Faltava a última oportunidade. Antes de ele sair para as provas, coloquei uma Medalha Milagrosa no seu pescoço. Foi aprovado, e hoje está cursando o primeiro ano de Medicina, e tudo vai indo maravilhosamente bem, graças a Deus e à Medalha Milagrosa”.
(M.R.S. – SP)
* * *
Como vimos, são depoimentos que atestam as mais diversas graças recebidas por meio da Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças: proteção aos enfermos, curas, alívios nas doenças; proteção a desempregados e a pessoas com problemas econômicos; proteção contra acidentes e perigos vários; conversões, graças de regeneração moral, afervoramento espiritual, recuperação de viciados; proteção contra a ação do demônio; proteção em casos de assaltos, roubos, sequestros; resolução de problemas com vizinhos. Enfim, os mais diversos auxílios alcançados são aqui relatados, e muitos outros ainda podem ser vistos no livro abaixo mencionado na nota [2].
Santa Catarina Labouré, a mensa-
geira da Medalha Milagrosa

Possam estes relatos assombrosos ajudar-nos também a nós.
A Medalha Milagrosa não deixou de multiplicar seus prodígios até os nossos dias.
Todos nós necessitamos de grandes graças, sobretudo nos tempos difíceis e críticos que estamos vivendo. Pois peçamo-las a Nossa Senhora das Graças, com confiança, filialmente.
Não estará também o prezado leitor precisando de uma grande graça? Ou alguém da sua família, ou das suas relações de amizade?
Foi pensando em pessoas necessitadas como nós que a Virgem, a melhor de todas as mães, na sua misericórdia insondável nos trouxe a Medalha Milagrosa, este providencial auxílio vindo do Céu.




Bibliografia utilizada (da fonte):

A Medalha Miraculosa — sua origem, história, difusão e resultados — ou Nossa Senhora das Graças, e os Actos da sua Misericórdia. Edição revista e aumentada sobre a do Padre Aladel, da Congregação da Missão, prefaciada e vertida em português por Francisco d’Azeredo Teixeira d’Aguilar, Conde de Samodães, Imprensa Commercial, Porto, 1884.
Pe. Henrique Machado C.M., A Medalha Milagrosa, sua história, simbolismo e lições, Tip. Fonseca, Porto, 1930.
Armando Alexandre dos Santos, A verdadeira história da Medalha Milagrosa, Artpress, São Paulo, 1998.

Notas (da fonte):

1. Sobre as aparições a Santa Catarina Labouré e sobre as dificuldades que esta enfrentou para conseguir de seu confessor que fossem cunhadas as medalhas como Nossa Senhora havia ordenado, Catolicismo já publicou diversos artigos: cfr. Antonio Augusto Borelli Machado, Santa Catarina Labouré — A noviça que viu Nossa Senhora, in Catolicismo nº 312, dezembro de 1976; Predições de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, in Catolicismo nº 359, novembro de 1980;Intransigência dos Santos: fidelidade inarredável à sua missão — A firmeza inquebrantável de Santa Catarina Labouré na defesa do verdadeiro simbolismo da Medalha Milagrosa, in Catolicismo nº 515, novembro de 1993. Cfr. também José Francisco Gouveia, A Medalha Milagrosa conserva ainda sua atualidade?, in Catolicismo nº 445, janeiro de 1988.
2. Os depoimentos aqui reproduzidos são transcritos do livro A verdadeira história da Medalha Milagrosa, de Armando Alexandre dos Santos, publicado pela Editora Artpress, de São Paulo, em 1998, com mensagem de apoio e estímulo do Exmo. Revmo. Sr. D. Geraldo Maria de Morais Penido, Arcebispo Emérito de Aparecida.


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1 No original: “... deste mês...”.