Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS!

segunda-feira, 31 de julho de 2017

“ESTE MÊS APRESENTAMOS A HISTÓRIA DAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA A SANTA CATARINA LABOURÉ, EM JULHO DE 1830”

ESTE MÊS APRESENTAMOS A HISTÓRIA DAS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA A SANTA CATARINA LABOURÉ, EM JULHO DE 1830”


O encontro de 18 de Julho de 1830 é instrutivo em muitos aspectos. O caminho espiritual efetuado por Catarina é uma proposta para que nós também, através da pessoa de Maria, que irradia Deus, abramos-nos ao infinito.


A experiência do encontro de Catarina com Maria é, antes de tudo, uma história de amor. Por sua abordagem progressiva e discreta, Maria serve-se pacientemente do caminho da conquista no sentido empregado pela raposa no conto de Exupéry1. A relação sobrenatural que Maria oferece à Catarina não é para esmagá-la de uma bondade condescendente ou de exigências. Ela propõe-lhe que viva um encontro com a verdade, na luz de Deus. onde cada pessoa tem necessidade de amar.    

Toda a Bíblia não reconstitui a inexplicável história de amor de Deus com os homens e a infatigável confiança que Ele se obstina a lhes dar? Já as primeiras páginas do livro de Gêneses, escutamos os passos, entre árvores do jardim, em busca do homem, e a sua voz que chama como a de um pai procurando o seu filho: «Adão, onde estás?» (Gn 3,8-9). Nas outras páginas, Deus não cessa de se apresentar como o amoroso vindo em nossa busca, que chora por não nos encontrar, e teme nos perder quando não nos deixamos encontrar; que nos carrega em seus braços quando nos esgotamos ou ferimos; que se coloca de joelhos diante de nós para lavar os pés; que partilha as nossas angústias até a morte e dá a sua vida para nos salvar.

“É Ele ainda que prepara a mesa da festa em torno da qual Ele nos convida a tomar lugar, com a feliz esperança de nos ver reunidos em redor d’Ele. Assim, no dia 18 de Julho de 1830, com uma simplicidade toda familiar, Maria se senta numa poltrona. Está ali, presente, acolhedora, pura oferenda. É ao mesmo tempo a Irmã, a Mãe e a humilde Serva do Senhor do Senhor. Sua atitude revela Jesus quando diz a Zaqueu: «Hoje, cearei em tua casa.» (Lc 19,1-10). Jesus, mendigo do amor, se coloca humildemente à porta, e bate…   


Deus vem nos visitar, geralmente, sem fazer barulho. Convida-se como um amigo. Ele bate à nossa porta e espera respeitosamente a nossa resposta, porque não nos pode forçar a amar. O Amor não é possessivo, é oferenda. Deus mendiga nosso sim, nosso sorriso. Desde que Ele encontre em nós a porta aberta, pede para entrar e abrasar nosso coração com seu amor. Mas, quando nós O acolhemos, Ele já se antecipou para nos acolher. Com Maria, compreendemos que o Amor de Deus nos precede, e que o nosso não é senão resposta ao Seu.











FONTE: "Ecos da Companhia: Catarina Labouré- Mensageira do céu. Ir. Anne Prévost, FC", capturado em http://filles-de-la-charite.org/pt/focus-on-2/ Texto revisto)

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1 Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), era francês, escritor, ilustrador e aviador (na 2ª Guerra Mundial), é conhecido pelas diversas obras que escreveu, mas, dentre todas, a mais popular foi o clássico da literatura “O Pequeno Príncipe”, publicado em 1943.

domingo, 30 de julho de 2017

SÃO VICENTE DE PAULO, APÓSTOLO DA CARIDADE

SÃO VICENTE DE PAULO, APÓSTOLO DA CARIDADE

         Numa França devastada por guerras, a Providência suscitou o santo para combater heresias e atender a quase todas as obras espirituais e materiais de misericórdia.
São Vicente de Paulo foi uma figura extraordinária da Igreja Católica no século XVII. São Francisco de Sales, seu contemporâneo, o considerava “o padre mais santo do século”. E o renomado pregador francês Bossuet, também seu contemporâneo, exclamava: “Que bom deve ser Deus, quando fez Vicente de Paulo tão bom!”. Essa bondade tão grande era fruto de seu amor a Deus e de uma humildade que se manifestava até em meio das maiores honras. Por outro lado, praticamente não houve obra de misericórdia espiritual ou temporal na França a que São Vicente não estivesse ligado. Sua vida foi tão cheia, que nos permite dar apenas um apanhado geral dela, ressaltando alguns traços marcantes.
DE INFÂNCIA HUMILDE, DESTINADO A GRANDES MISSÕES
Vicente de Paulo nasceu no dia 24 de abril de 1581 num pequeno casario da diocese de Dax, próximo aos Pirineus, na França. Seus pais eram humildes e piedosos lavradores.
Em sua infância guardava os porcos pertencentes à família até que seu pai, notando-lhe aguda inteligência, mandou-o estudar com os franciscanos de Dax. Para financiar seus estudos, Vicente foi preceptor dos filhos de um advogado da cidade. Depois estudou teologia em Toulouse e em Zaragoza, na Espanha, sendo ordenado em setembro de 1600.
Tendo ido a Marselha buscar importante legado, foi sequestrado no mar por piratas da Barbaria e vendido como escravo em Tunis. Ele mudou várias vezes de senhor até que com um deles, renegado reconvertido por ele, fugiu para a França.
Depois de uma estadia em Roma, Vicente foi para a França, encarregado pelo Papa de uma mensagem sigilosa para o rei Henrique IV. Nomeado capelão da esposa deste, a rainha Margarida de Valois, ele fazia, em nome dela, a distribuição de esmolas aos pobres, e visitas aos enfermos no hospital. Após o assassinato de Henrique IV, em 1610, São Vicente passou um ano na Sociedade do Oratório, fundada pelo Cardeal Pierre de Bérulle, introdutor do Carmelo na França, e pôs-se sob sua direção.
Quando Bérulle foi nomeado bispo de Paris, encarregou São Vicente da paróquia de Clichy, nos arredores da Cidade-luz. Sempre obedecendo a seu diretor, foi depois preceptor dos filhos de Felipe Emanuel de Gondi, conde de Joigny e General das Galeras da França. A piedosa Sra. de Gondi escolheu São Vicente como seu diretor, e pediu-lhe que evangelizasse as povoações de suas imensas propriedades. Foi no contato com essas populações que foi amadurecendo no santo o desejo de fundar uma congregação de missionários dedicados às missões.
O santo foi depois vigário em Châtillon. Foi ali que, em 1617, reunindo as senhoras da sociedade local, fundou as Confrarias da Caridade (ou Damas da Caridade), visando ordenar a distribuição de recursos para os necessitados. Essas confrarias difundiram-se depois por toda a França.
Voltando ao palácio dos Gondi, Vicente de Paulo foi nomeado Capelão Geral das Galeras por Luís XIII, o que lhe permitiu assistir pessoalmente aos condenados às galés. Estes eram muitas vezes autores de crimes comuns, condenados para suprir à necessidade de mão de obra da marinha francesa em expansão. Carregados de correntes, viviam nos porões, alimentando-se de pão preto e água, geralmente cobertos de úlceras. Seu estado moral era ainda pior do que a miséria física em que viviam. São Vicente obteve para esses infelizes vários benefícios e alívios materiais, conquistando seus corações para falar-lhes então do Céu. Converteu muitos deles e procurou que pessoas importantes também se interessassem por esses condenados.
CONGREGAÇÃO DA MISSÃO E DAS FILHAS DA CARIDADE
Quando São Vicente evangelizava as terras da família de Gondi, outros sacerdotes se juntaram a ele para instruir aquela gente abandonada. Esse grupinho começou depois a pregar missões em outras localidades. Foi o início da Congregação dos Sacerdotes da Missão, fundada oficialmente em abril de 1625. “Íamos — dizia o santo — ingênua e simplesmente, enviados pelos senhores bispos, evangelizar os pobres como Nosso Senhor havia feito: eis o que fazíamos. E Deus fazia, de seu lado, o que havia previsto desde toda a Eternidade. Ele dava algumas bênçãos aos nossos trabalhos. O que, sendo visto, outros bons eclesiásticos juntaram-se a nós e nos pediram para ser dos nossos”. Considerando depois a grande expansão de seus sacerdotes, o santo exclama: “Ó Salvador! Quem pensou jamais que isso chegasse ao estado em que está agora? A quem me dissesse isso então, eu julgaria estar zombando de mim”.1
Em novembro de 1633 fundou, com Santa Luísa de Marillac, a Congregação das Filhas da Caridade. Santa Luísa, de nobre nascença e de muito maior nobreza de alma, foi o braço direito de São Vicente tanto para a fundação das Filhas da Caridade quanto na direção das Damas da Caridade.
Além dessas duas instituições, foi possível a São Vicente ocupar-se de mais uma importante obra, que foi o cuidado dos recém-nascidos abandonados. Naquela época difícil, de 300 a 400 crianças eram abandonadas anualmente pelas mães, geralmente às portas das igrejas. Felizmente o crime do aborto não estava disseminado como hoje e às crianças era dada uma oportunidade de vida. São Vicente passou a recolhê-las em um hospital que fundou para esse fim, sendo seu primeiro cuidado regenerá-las pelas águas do santo Batismo. Cuidava depois de sua alimentação e formação religiosa, até que estivessem prontas para enfrentar a vida.
LUTA CONTRA A HERESIA JANSENISTA
São Vicente de Paulo combateu muito as influências maléficas do jansenismo, uma das mais perigosas heresias que infectaram a Igreja, com vários traços de semelhança com o progressismo de nossos dias. O santo trabalhou com todas suas forças para manter sua Companhia infensa ao erro, no qual caíram outras comunidades religiosas e mesmo bispos. E, no Conselho de Consciência (órgão real que tratava de questões eclesiásticas), empenhou-se pela indicação de candidatos a bispos que fossem avessos a tal heresia.
Com efeito, o Cardeal de Richelieu de tempos em tempos consultava São Vicente de Paulo a respeito de assuntos da Igreja, sobretudo quanto aos eclesiásticos que ele achava dignos para o episcopado. O santo o alertou de que, para ter bons eclesiásticos, era necessário ir ao seu nascimento, isto é, ao seminário menor, segundo intenção do Concílio de Trento. O cardeal concedeu então a São Vicente uma grande quantia, para estabelecer um seminário menor e outro maior nos quais se deviam incentivar sobretudo a virtude e a oração. Vendo os belos frutos desses seminários, vários bispos quiseram ter o mesmo em suas dioceses, e confiaram sua direção aos Padres das Missões.
Nas desolações provocadas pelas guerras dos Trinta Anos e de religião, São Vicente recolheu em Paris os sacerdotes, religiosas e fidalgos das regiões devastadas, que a guerra tinha expulsado de suas terras. Fez o mesmo com os católicos e nobres da Irlanda e da Inglaterra, perseguidos pelo infame Cromwel. A respeito desses nobres empobrecidos, dizia ele: “É justo assistir e socorrer essa pobre nobreza para honrar Nosso Senhor que era, ao mesmo tempo, muito nobre e muito pobre”.
Em 1643, o rei Luís XIII, vendo-se às portas da morte, quis ser assistido por São Vicente de Paulo. Este ficou sempre em sua presença para ajudá-lo a elevar seu espírito e seu coração a Deus, e a formar interiormente atos de religião e de conformidade com a morte. O virtuoso rei morreu em seus braços. Sua viúva, Ana d’Áustria, que ficou como regente durante a minoridade de Luís XIV, nomeou o santo para seu Conselho de Consciência. Nele, São Vicente esforçou-se para levar às mais altas esferas a renovação religiosa, por meio da indicação de bons bispos.
TODO O BEM POSSÍVEL, AFASTAR TODO O MAL POSSÍVEL”
São Vicente de Paulo foi auxiliado em suas múltiplas atividades pela Companhia do Santíssimo Sacramento, sociedade fundada em 1627 por nobres franceses profundamente católicos, com a missão de fazer “todo o bem possível e afastar todo o mal possível”. O santo filiou-se a essa companhia, que muito trabalhou em prol da reforma católica desejada pelo Concílio de Trento.
Não se pode ter um verdadeiro afervoramento religioso se não se iniciar pelo clero, então muito decadente e desordenado. Começou tal reforma secundando o bispo de Beauvais na preparação dos neo-sacerdotes para o ministério, por meio de um retiro de 20 dias antes da ordenação, no qual eram tratados problemas tanto de ordem moral, religiosa quanto prática para que os recém-ordenados pudessem exercer seu múnus sacerdotal. Essa prática estendeu-se depois para Paris e toda a França e Itália.
Entretanto, era necessário preservar e aumentar o fruto desse retiro. Para isso o santo propôs aos sacerdotes uma conferência espiritual semanal, na qual eles poderiam ser esclarecidos sobre pontos de dúvida, e se ajudarem e encorajarem mutuamente nos trabalhos de seu ministério. A Conferência das Terças-feiras, que se realizava em São Lázaro (Casa Mãe de seus missionários) com esse fim, atraiu eclesiásticos que depois se notabilizaram como arcebispos, bispos, vigários-gerais ou párocos em diferentes dioceses do reino.
São Vicente ambicionava ainda mais. Não era suficiente ter eclesiásticos bem formados, se estes não fossem auxiliados por leigos também com boa formação religiosa. Abriu então as portas da Casa Mãe dos Lazaristas (como ficaram conhecidos seus sacerdotes) para todos os leigos que quisessem retemperar sua fé por meio de um retiro espiritual bem feito. Isso foi de grande importância para a reforma religiosa.
O corpo incorrupto de São Vicente está em uma
riquíssima urna de prata, na Casa-Mãe dos Lazaristas,
em Paris
 
São Vicente de Paulo faleceu em 27 de setembro de 1660 e foi sepultado na capela-mãe da Igreja de São Lázaro, em Paris. Foi canonizado em 1737, e em 1885 declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, por Leão XIII.
Recentemente foram descobertas mais de 3.000 cartas inéditas de São Vicente de Paulo que “não só refletem um homem que nos ensina, mas também um homem que luta”.*


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Notas da Fonte:
Les Petits Bollandistes, Saint Vincent de Paul, Vies des Saints, Bloud et Barral, Paris, 1882, tomo 8, p. 469.
Outras obras consultadas: Fr. Justo Perez de Urbel, San Vicente de Paul, Año Cristiano, Ediciones Fax, Madri, 1945, tomo III, pp. 145 e ss.; Edelvives, San Vicente de Paul, El Santo de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1948, pp. 191 e ss.; Antoine Dégert, St. Vincent de Paul, The Catholic Encyclopedia, CD Rom edition.




(*) Texto revisto, os destaques e as imagens foram acrescentadas








FONTE: artigo de Plinio Maria Solimeo, Revista Catolicismo – Setembro/2012, capturado em http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=19FAB29F-E4E7-AA80-532A2F1E9D2735FE&mes=Setembro2012

sábado, 29 de julho de 2017

SANTA CATARINA E A ORAÇÃO DE CONFIANÇA EM MARIA

SANTA CATARINA E A ORAÇÃO DE CONFIANÇA EM MARIA


          Santa Catarina Labouré expressava sua confiança em Maria por meio de sua oração, simples, segura e cheia de convicção:
            


«Vós sois minha mãe e nos amais como vossos filhos. Ó vós, que bebeis na própria fonte das graças, derramai-as sobre nós com abundância. Apresentai nossos desejos e nossas orações a Deus. Poderia ele recusar-se a atender uma mãe a qual ama ternamente?

Maria, a mais terna para com todos os vossos filhos, tende piedade de nós.

Maria, protetora especial de todos aqueles que vos invocam, tende piedade de nós.

Maria, vós que sois o refúgio dos pecadores e nossa mãe, protegei-nos.

Maria, cujo coração foi tão semelhante ao de Jesus, rogai por nós.

Maria, vosso nome é nosso escudo, protegei-nos.

Maria, não ignoreis nossos pedidos.

Maria, se vos dignardes pedir a vosso Filho, ele vos atenderá. (AC 634)»






AC = Autógrafos de Catarina Labouré, arquivo da casa das Filhas da Caridade, rua du Bac, 140, Paris




FONTE: livro “Orar 15 Dias com Santa Catarina Labouré A Vidente da Medalha Milagrosa”, Élisabeth Charpy, Editora Santuário, 2012, excertos extraídos do Capítulo CAMINHO DE CONFIANÇA, Oitavo Dia.



Imagem:
http://www.crocicchioarte.it/pagp/aureliapassaggi.htm

quarta-feira, 26 de julho de 2017

A MENSAGEM DA APARIÇÃO DA NOITE DO DIA 18 PARA O DIA 19 DE JULHO DE 1830 – PARTE II

(Continuação da postagem anterior)


Conjunto escultural que se encontra
na Rue du Bac, representando Santa Catarina
 conversando com Nossa Senhora
«Minha filha, Deus quer encarregá-la de uma missão...» Com estas palavras, a Santíssima Virgem iniciava um celestial colóquio com Santa Catarina Labouré, convidando-a à missão que só mais tarde – em 27 de Novembro daquele mesmo ano – seria explicitada, revelada; naquele momento a missão ficava oculta, era um segredo de Deus, a ser revelado futuramente.

Desde o início, Nossa Senhora não escondeu que o cumprimento da “missão” para qual estava sendo chamada, traria à Santa muitas provações, desconfianças, embaraços, objeções, porém, a Mãe de Deus, por mais de uma vez, exorta-lhe a ter confiança: «não temais», «Tende confiança», a providência divina não lhe faltaria, «Sereis inspirada em vossas orações.», e também enfatizado, «...vinde ao pé deste altar. Aqui as graças serão abundantes para os que a pedirem com confiança e fervor; serão concedidas as grandes e pequenos».

As provações, contradições e dificuldades prenunciadas, são próprias de grandes missões como a que estava sendo confiada à nossa Santa, e lembram as palavras da mesma Virgem Imaculada a uma outra camponesa, também da França, Santa Bernadette Soubirous, quando, ao início das 18 aparições ocorridas entre 16 de fevereiro e 16 de julho de 1858, lhe disse: «Não te prometo fazer feliz neste mundo, mas sim no outro».  
Santa Bernadette Soubirous

A simplicidade e a sinceridade recomendadas, e que deveriam acompanhar Irmã Catarina no cumprimento de sua honrosa missão, diante das objeções que surgiriam, já lhe eram presentes, próprias de uma camponesa que, embora inculta, sabia discernir, por exemplo, uma revelação espiritual de um sonho ou de uma simples imaginação. Vale lembra-se que, antes mesmo de ingressar no noviciado das Filhas da Caridade, ainda em Fain, sua terra natal, a Santa sonhou com São Vicente de Paulo, e sempre declarou ter sido um sonho, tão somente. Logo, se sabia diferenciar um sonho da realidade, não se enganaria acerca da visão que tivera naquela noite do dia 18 de julho.

“Um dia, quando já septuagenária, uma jovem Irmã impugnou as visões da Rua du Bac, chamando-as de sonhos; a Irmã Catarina não pôde reter a sua indignação e, vencendo o seu mutismo e reserva em nunca falar destes acontecimentos, declarou abertamente: 'Minha boa Irmã, quem viu a Santíssima Virgem, a viu em carne e osso.' E recaiu no seu mutismo”. Essa era, portanto, Santa Catarina Labouré, a santa do silêncio, da simplicidade e da sinceridade.

No mais, a sucessão dos acontecimentos revelados a Santa Catarina de Labouré naquela noite, seria a prova irrefutável da veracidade de sua visão.

Já em 1850, como predito por Nossa Senhora, vieram se unir à família de São Vicente, a das Irmãs da Caridade, fundada por Élisabeth-Ann Seton, também chamada de “Congregação religiosa da senhora Seton”, nos Estados Unidos, depois, mais duas outras Congregações alcançariam o mesmo favor excepcional de se unir às Irmãs da Caridade de S. Vicente: Irmãs da Caridade da Áustria, que teve como fundadora Leópoldine de Brandis, e as Irmãs de Verviers, na Bélgica. Como essas uniões constavam dos planos divinos, a Comunidade desfrutaria de uma grande paz, além de se tornar grande, como havia concluído a Santa Virgem.

O Padre Aladel, então Capelão da Casa-Mãe, se tornaria, de fato e em breve, o Diretor Geral das Irmãs de Caridade, como anunciado, e empreenderia esforços, combatendo os abusos apontados, na volta à Regra, ao carisma original da Congregação.

Mas, às promessas de ajuda e de um momento de paz, seguiu-se o anúncio dos infortúnios iminentes.


  Os Communards assumiram o poder da capital e deram início a Comuna que durou 32 dias (Março de 1871)
As “desgraças” que haveriam de se abater sobre a França, não aconteceram em 1830, realizaram-se quarenta anos mais tarde, como havia interpretado Santa Catarina Labouré ao redigir o primeiro relato da visão. Durante a
Comuna, muitos integrantes do Clero e de outras comunidades religiosas sucumbiram, foram perseguidos e assassinados, inclusive o Arcebispo de Paris, Monsenhor Darboy, em 1871. E o sangue correu nas ruas.

Não só essas “desgraças” futuras se realizaram, oito dias após a aparição da Santíssima Virgem, a 27 de Julho de 1830, já rebentou tremenda revolução em Paris, tendo igrejas sido profanadas, cruzes derrubadas, casas religiosas invadidas, devastadas e religiosos dispersos; padres perseguidos, o Arcebispo de Paris, à época, teve de ocultar-se para não sucumbir diante do furor da plebe revoltada; acontecimentos que remetiam aos horrores da Revolução de 1789. 
Comuna de Paris: fuzilamento
revolucionário do arcebispo de Paris

Entretanto, como havia prometido Nossa Senhora, a Casa-Mãe das Irmãs de Caridade, na Rua du Bac, foi preservada, respeitada, e as Irmãs que estavam em retiro naqueles dias revoltosos, puderam realizar seus exercícios espirituais com calma, mesmo que em meio ao barulho de canhões e da turba em delírio. A igreja de S. Lázaro embora tenha sido invadida, não houve depredação, e o Padre Étiene, no dia seguinte à invasão, diante dos revoltosos que desejavam derrubar a cruz da fachada do templo, agiu de maneira enérgica, e heroica, tendo a turba se retirado e não retornado mais.

A Virgem Santíssima aponta
o altar a Santa Catarina, ali
ela encontraria as consolações
necessárias.
Todos esses trágicos acontecimentos, como se vê, foram preditos pela Virgem Imaculada, e relatados pela humilde noviça, Irmã Catarina, ao seu confessor, que recebeu a confissão com desconfiança e descrédito, não tendo Santa Catarina Labouré encontrado outro refúgio, senão no altar da Eucaristia, apontado pela Santíssima Virgem com a mão esquerda, dizendo-lhe que
«aí encontrareis as consolações necessárias.», enfatiza o Padre Jerônimo P. de Castro, C.M.

Em meio à descrição dos anúncios que lhe foram revelados, Santa Catarina Labouré registrou, ainda, as expressões de Nossa Senhora:


«a santa Virgem demonstrava o rosto triste ao dizer isto… a Santíssima Virgem conservava-se triste… a Santíssima Virgem tinha lágrimas nos olhos ao me dizer isto... nesse ponto, a Santa Virgem quase não podia falar, a dor transparecia no seu semblante...» 

São expressões de uma Mãe terna e preocupada com o futuro de seus filhos, os pecadores.

“Por fim”, como lembra René Laurentin, “a visão começou a comunicar a Catarina projetos que se definiriam mais tarde: a nova Associação das Filhas de Maria que seu confessor deveria fundar; seriam celebrados 'com grande pompa' o Mês de Maria e o de São José; 'haverá muita devoção pelo Sagrado Coração'”.



Fontes consultadas:

CASTRO, Jerônimo P. de Castro. S. Catarina Labouré, Editora Vozes, 11ª edição, Petrópolis/RJ, 1951.
LAURENTIN, René. Catarina Labouré Mensageira de Nossa Senhora das Graças e da Medalha Milagrosa, Edições Paulinas, São Paulo, 2012.
SANTOS, Armando Alexandre dos. A Verdadeira História da Medalha Milagrosa, Editora Artpress Ltda, São Paulo, 2ª edição, 2017.


Imagens:
http://www.pliniocorreadeoliveira.info/
http://operamundi.uol.com.br/
http://lourdes-150-aparicoes.blogspot.com.br
http://imagessaintes.canalblog.com/

segunda-feira, 24 de julho de 2017

O ESPÍRITO DE SANTA LUÍSA DE MARILLAC


         1660 foi um ano de grandes lutos para a Família Vicentina. O Pe. Antoine Portail, primeiro Coirmão de São Vicente de Paulo e primeiro Diretor das Filhas da Caridade, morreu em fevereiro. Santa Luísa de Marillac, sua colaboradora e amiga, morreu em março. Ele mesmo morrerá em setembro. Embora o nome e a imagem de São Vicente fossem universalmente reconhecidos, já no século XVII, o nome e a imagem de Santa Luísa parecem apagar-se completamente. Só em 1933 ela sairá definitivamente da sombra de São Vicente, para retomar seu lugar ao lado dele, não só como Fundadora das Filhas da Caridade, mas ainda como uma mulher de hoje. Por suas ações e suas palavras, foi capaz de despertar em cada um, em cada uma de nós, o conhecimento de seu próprio valor.
QUEM FOI LUÍSA DE MARILLAC NO SÉCULO XVII?        

Em maio de 1629, São Vicente de Paulo envia a jovem viúva que tinha encontrado uns anos antes, para que vá visitar as Confrarias de Caridade, que tinham começado tão bem mas que, depois de um tempo, perdiam o zelo do início. Bem que precisavam reencontrar o entusiasmo de sua origem. Para São Vicente, ninguém estava mais bem qualificado para isso que Santa Luísa de Marillac. Ela deu conta dessa missão de modo notável e São Vicente se alegrou com o sucesso dela.

Quando Santa Luísa encontrou São Vicente, no final de 1625 ou no início de 1626, o marido dela acabara de morrer, depois de uma longa e penosa doença. Ficara sozinha com um filho difícil de 12 anos e com dificuldades econômicas. Era uma mulher frágil que procurava seu caminho. São Vicente a acompanhou. Pouco a pouco, percebeu, por trás das aparências de dúvida, hesitação e ansiedade, um mulher forte, dotada de dons excepcionais, capazes de fazer dela a “líder” que ele buscava para colaborar com ele em suas obras de caridade.
Esse envio em missão de maio de 1629 não foi senão o começo de uma amizade e uma colaboração que transformaria a vida consagrada feminina e o serviço dos mais necessitados na França e além de suas fronteiras e que continua até nossos dias no mundo inteiro. E no meio de todas essas transformações encontramos a figura de Santa Luísa de Marillac. Ela percebeu imediatamente a necessidade de agrupar em comunidade aquelas moças da zona rural que estava formando, a pedido de São Vicente, para trabalhar com as Senhoras da Caridade no serviço dos pobres doentes em seus domicílios. Num mesmo impulso, fundou as Filhas da Caridade e construiu uma ponte sobre o abismo que separava os ricos e poderosos dos camponeses e dos pobres e separava os homens das mulheres. Com São Vicente de Paulo e as primeiras Filhas da Caridade, criou uma vasta rede de caridade que não excluía ninguém.    
São Vicente de Paulo tinha uma visão muito ampla das necessidades dos Pobres. Santa Luísa tinha capacidade da organização, atenção aos pormenores, audácia e criatividade para transformar aquela visão em realidade. Basta considerar a obra das crianças abandonados pelas ruas ou nas portas das igrejas (ela se apaixonou por essa obra, sem dúvida por causa de seu próprio nascimento como “filha natural”) e a obra do Asilo do Santo Nome de Jesus para pessoas idosas, para reconhecermos a verdade desta afirmação.

POR QUE ELA DESAPARECE?
Dado o que acabamos de dizer sobre a colaboração estreita e frutuosa entre São Vicente e Santa Luísa tanto na fundação das Filhas da Caridade como no desenvolvimento das obras de caridade que atendiam a toda a gama das necessidades dos mais pobres, ficamos um pouco espantados com o desaparecimento quase total de Santa Luísa de Marillac. Mesmo depois de sua canonização em março de 1934 (dois séculos depois da de São Vicente de Paulo) e durante a celebração, em 1960, do terceiro centenário da morte deles, mal se falou dela.
A resposta sobre esse desaparecimento é dupla. De um lado, houve o esforço para glorificar São Vicente de Paulo e fazê-lo canonizar o mais rápido possível, depois da sua morte, como o grande apóstolo da Caridade. Nesse projeto, havia lugar para as Filhas da Caridade, mas como filhas de São Vicente de Paulo. Mas não havia lugar para uma colaboradora que tinha dado carne e osso às ideias dele. Por isso, não se falava dela e ainda menos de suas contribuições. Devemos, entretanto, reconhecer que, durante sua vida, Santa Luísa de Marillac jamais buscou aparecer na frente de nada. Ele mesma nos diz:
   
Ao nascer em pobreza e abandono dos homens, Nosso Senhor ensina-me a pureza de seu amor (…) Disso aprenderei a manter-me oculta em Deus, com o desejo de servi-lo sem buscar, para coisa alguma, o testemunho dos homens e a satisfação de sua comunicação, contentando-me com que Deus veja o que quero ser para ele: para tal finalidade, quer que me entregue a ele, a fim de realizar em mim esta disposição: assim o tenho feito, por sua graça” (Santa Luísa de Marillac, Correspondência e Escritos. Trad. da Irmã Lucy Cunha. Ribeirão Preto, Editora Legis Summa, s. d.; p. 812).

A segunda razão é mais complexa. No interior da Companhia das Filhas da Caridade, houve aparentemente uma reticência, mesmo uma certa recusa de fazer andar a causa de canonização de uma fundadora “filha natural.” Acabaram por fazer os trâmites necessários, mas sem grandes entusiasmos. Se é verdade que os Santos têm seus momentos, o de Santa Luísa de Marillac ainda não tinha chegado. Para isso foi necessário esperar a década de 1980.

POR QUE ELA REAPARECE?

Se, em 1983, Santa Luísa de Marillac saiu enfim da sombra, foi porque o terreno fora preparado desde 1958, pela publicação da biografia escrita por Mons. Jean Calvet, intitulada Santa Luísa de Marillac por ela mesma. Retrato. Nesse livro, o autor fala publicamente e pela primeira vez das circunstâncias do nascimento dela, dos acontecimentos dramáticos, por vezes traumatizantes, de sua infância e juventude e de uma vida marcada por momentos fugazes de felicidade e por sofrimentos sempre muito próximos. Seu objetivo era a “verdade, companheira da santidade”. Reconheceu a tendência de Santa Luísa de caminhar na “trilha” de São Vicente de Paulo e “como sua sombra”. Calvet queria “ter ressaltado a originalidade dela e posto em relevo sua grandeza própria” como “uma das glórias mais puras das mulheres francesas” (Calvet, p. 8-9).

Faltava ainda a convergência de dois outros elementos significativos: o movimento de Promoção da Mulher e a reflexão do Concílio Vaticano II sobre a dignidade da pessoa humana (Constituição Gaudium et Spes) para que reaparecesse a verdadeira Luísa de Marillac. O momento propício só chegará em 1983. Nesse ano, apareceu a nova edição da Correspondência e [dos] Escritos de Santa Luísa de Marillac. Graças a uma apresentação mais acessível, a uma nova classificação, a numerosas notas e a um índice pormenorizado, descobriu-se, sobretudo através de suas cartas às Irmãs, uma mulher cativante, cheia de humanismo, atenta a cada ser humano em todas as suas dimensões.

O QUE SANTA LUÍSA OFERECE AO MUNDO DE HOJE?

O aparecimento da Correspondência e dos Escritos apresentou a “verdadeira” Santa Luísa ao mundo de fala francesa. As traduções que logo apareceram em muitas línguas espalharam sua fama pelo mundo inteiro. Mas que retrato nos dão dela? Essa mulher livre e forte de seu tempo, o que ela oferece precisamente para os homens e as mulheres do século XXI?
O mundo mudou desde a época de Santa Luísa de Marillac, mas, mesmo passados alguns séculos, ela traz para este mundo dominado pela tecnologia valores universais e duradouros e o calor nas relações humanas. Trezentos e cinquenta anos depois de sua morte, alguns desses valores têm uma importância particular para a Família Vicentina, a saber:
O PAPEL DA MULHER

Mulheres do povo
Muito antes que se começasse a falar disso, Santa Luísa procurou melhorar a situação das mulheres simples do povo: possibilidade de viver uma nova forma de vida consagrada; formação humana, espiritual e profissional; preparação para a responsabilidade de serem educadoras das crianças expostas; professoras de escolas para meninas pobres; cuidadoras dos doentes e dos abandonados.
Deveis ser muito reconhecidas pelas graças que Deus vos concedeu, colocando-vos em condição de prestar-lhe tão grandes serviços” (Escritos, p. 309). “Não tenhais medo” (Escritos, p. 951).

Mulheres da burguesia e da nobreza

Santa Luísa de Marillac estava bem situada para fazer a ligação entre as pessoas simples que eram as Filhas da Caridade e as Senhoras da Caridade que eram da alta sociedade. Isto, porque, como uma “de Marillac”, tinha seu lugar nesse meio, embora tivesse escolhido viver em comunidade com mulheres do povo. Enquanto formava as primeiras Filhas da Caridade para o serviço dos Pobres, muitas vezes em colaboração com as Senhoras da Caridade, seu papel junto delas, na maior parte do tempo, era de animação. Tentava, por suas palavras e seu modo de agir, abri-las ao respeito de cada pessoa, ajudá-las a discernir sob as aparências a dignidade das pessoas pobres, a respeitá-las e a trabalhar em pé de igualdade com as Filhas da Caridade.
 

(…) as Senhoras [da Caridade] reconheceram as necessidades dos Pobres e (…) Deus lhes deu a graça de socorrê-los de modo muito caridoso e magnificamente. (…) Os meios de que essas caridosas Senhoras se serviram para organizar suas distribuições não foram suas santas assembléias… [mas] fornecendo pessoas fiéis e caridosas para constatarem as verdadeiras necessidades e fornecer-lhes prudentemente, o que serviu não só no corporal mas também no espiritual” (Reflexões de Santa Luísa de Marillac, Documentos, p. 788 da ed. Francesa).


REDES DE CARIDADE

Santa Luísa de Marillac jamais quis imaginar que o serviço dos Pobres fosse reservado a um grupo particular. Para ela, a diversidade e a extensão das necessidades requeriam uma vasta rede de colaboração: mulheres e homens, Senhoras da Caridade, Padres e Irmãos da Congregação da Missão, Filhas da Caridade, Administração Municipal.
Para assegurar um serviço eficaz, esta colaboração tinha suas exigências. Primeiro, uma obra de colaboração vicentina exige de cada um a vontade de reconhecer e aceitar a personalidade do outro com suas qualidades e seus defeitos.
Renovai-vos no espírito de união e cordialidade (…) O exercício da caridade (…) nos leva a não ver as faltas alheias com azedume, mas a desculpá-las sempre, humilhando-nos” (Escritos, p. 357).

Em segundo lugar, tal colaboração pede a todos o respeito mútuo, a capacidade de acolher a palavra do outro, sabendo também expressar-se. Apresentai humildemente, fortemente e com mansidão e brevidade vossas razões” (Ecrits, p. 141).1

Finalmente, o serviço dos pobres nunca será vicentino, se não se caracterizar pelo calor humano, pelas qualidades femininas de que Santa Luísa fala tão frequentemente e de que é modelo em sua própria vida: compaixão, ternura, mansidão, numa palavra, AMOR.
Sede muito afáveis e bondosas com os vossos Pobres. Sabeis que são nossos amos, a quem devemos amar com ternura e respeitar profundamente. Não basta ter isso na memória, mas devemos demonstrá-lo por nossos serviços caridosos e afáveis” (Escritos, p. 365).










NOTA DA FONTE: Reflexão por Irmã Elisabeth Charpy, FC, da província da Paris e Irmã Louise Sullivan da província da Albany dos Estados Unidos. Tradução por Lauro Palú, CM, Província do Rio de Janeiro

NOTA: Em 18 de Setembro de 2013, foi celebrado o 350º Aniversário de Morte de São Vicente e de Santa Luísa de Marillac





FONTE: excertos do artigo publico com o título acima, capturado em http://www.pbcm.com.br/350o-aniversario-da-morte-de-sao-vicente-e-de-santa-luisa-de-marillac/ficha-de-reflexao-4-janeiro2010/ - Os destaques no texto, são nossos



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1 Nota: No texto em francês, citam-se os ecrits, p. 141, mas não existe lá essa frase. Como não sei de onde foi tirada a frase, não posso citar nada pela tradução portuguesa. Se puderem verificar o francês, procuraremos o correspondente na tradução de Santa Luísa para o português.



Imagens:

http://santossanctorum.blogspot.com.br/